quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tratamento da Depressão

      Os avanços da ciência no campo da medicina e da psicologia, têm possibilitado que a cada dia mais recursos terapêuticos estejam disponíveis para o tratamento do Transtorno Depressivo. Citaremos aqui os principais recursos psicoterápicos, médicos e também aqueles considerados complementares.


PSICOTERAPIAS:
      São os tratamentos que têm como foco as questões emocionais. Pelo fato de haver olhares distintos para o Ser Humano, existem também abordagens diversas para o tratamento psicológico. Entre as várias técnicas psicoterápicas, se destacam: a Psicanálise, com o olhar voltado para as questões inconscientes; a Terapia Cognitivo-Comportamental, dando ênfase aos pensamentos e comportamentos; a Bioenergética ou Terapia Corporal, enfocando os registros emocionais impressos no corpo; e a Terapia Transpessoal, com foco na expansão de consciência em relação à natureza espiritual do Ser. 
      Entre os principais pontos trabalhados na psicoterapia da Depressão, estão:

·  baixa auto-estima
·  isolamento
·  culpa
·  raiva
·  desmotivação
·  sentimento de inferioridade
·  angústia
·  intolerância a frustrações
·  perfeccionismo / rigidez
·  narcisismo
·  perdas
·  identificação com pessoas deprimidas
·  não aceitação de si e da vida
·  sentimento de injustiça (vitimismo)
·  carência / dependência
·  falta de fé / desesperança
·  ansiedade
·  pensamentos negativos
·  ressentimento / mágoa
·  falta de sentido na vida
·  sentimento de rejeição / abandono / desamparo
·  obstrução do fluxo da energia vital
·  respiração inadequada


INTERVENÇÕES MÉDICAS:
      São procedimentos desenvolvidos a partir dos avanços da medicina, na tentativa de corrigir aspectos orgânicos envolvidos nos quadros depressivos.
      Entre as principais intervenções médicas no tratamento da Depressão, estão:

·  medicamentos antidepressivos
·  controle hormonal
·  fototerapia
·  terapia eletroconvulsiva
·  estimulação magnética transcraniana
·  estimulação do nervo vago
·  homeopatia
·  tratamento ortomolecular


RECURSOS COMPLEMENTARES:
     São recursos terapêuticos também conhecidos como alternativos, que podem ajudar a melhorar as condições psicológicas e orgânicas do deprimido, potencializando os tratamentos convencionais.
      Entre os recursos complementares, podemos citar:

·  alimentação
·  fitoterapia
·  florais de bach
·  atividade física
·  banho de sol
·  cuidados com a aparência
·  mudanças no estilo de vida
·  estabelecer objetivos
·  religião
·  reiki
·  acupuntura
·  shiatsu
·  terapia reflexa
·  exercícios de respiração
·  choro
·  riso
·  leituras motivadoras
·  música
·  aromaterapia
·  cromoterapia
·  feng-shui
·  contato com a natureza
·  trabalho voluntário

      É importante ressaltar que os recursos terapêuticos psicológicos, orgânicos e complementares apresentam melhor resultado quando trabalhados de forma associada, cuidando ao mesmo tempo, do corpo, da mente e da alma.

Livro "Depressão: corpo, mente e alma"





Agora está disponível a edição online do livro "Depressão: corpo, mente e alma", que publiquei em 2009, numa versão ampliada. Neste livro, o tema Depressão é abordado com ênfase em seus aspectos orgânicos, psicológicos e espirituais, ressaltando as possíveis causas e os principais recursos terapêuticos disponíveis, dados estatísticos e reflexões sobre a Alegria de Viver.
Boa Leitura!

Felicidade e postura


Este vídeo nos faz refletir sobre a necessidade de nos responsabilizarmos pela própria felicidade.


Terapia do perdão


Perdão AmorA depressão possui em suas raízes fatores orgânicos, cognitivos e emocionais. Observa-se na base dos aspectos emocionais a presença de raiva, seja ela contida ou mal administrada. Inerente à natureza humana e decorrente de frustrações vividas, a raiva, quando contida, isto é, guardada ou reprimida, volta-se contra quem a sentiu na forma de depressão. Situação parecida é encontrada nos casos de culpa, em que a pessoa sente raiva de si mesma. Tal processo leva ao rebaixamento da auto-estima, à desenergização do corpo e da mente e à angústia.
É neste contexto que a Terapia do Perdão surge como forte aliada na superação de quadros depressivos. Quando a causa é a mágoa, a raiva é superada pelo perdão e quando o problema é a culpa, a eliminação da raiva envolve o auto-perdão.
Por definição, perdão significa a remissão da culpa ou da pena. No entanto, esta conduta terapêutica encontra dois grandes obstáculos culturais. Na infância, normalmente aprende-se que se deve perdoar aos outros, mas a prática do perdão fica associada ao esquecimento da ofensa e à anulação da raiva, o que parece utópico e contrário ao processo de amadurecimento emocional. Também, não é ensinado que as pessoas às vezes precisam perdoar a si mesmas. Então, como colocar o perdão em prática de forma eficiente? O que falta ao ser humano para que essa atitude seja facilitada?
Observa-se que tanto o perdão quanto o auto-perdão requerem uma expansão na forma de perceber a si, o outro e a vida. O ato de perdoar é dificultado pela visão egocêntrica de que a culpa é exclusivamente do outro. É preciso compreender que estamos sempre conectados mentalmente ao que nos acontece, mesmo que de forma inconsciente. Isto nos faz co-criadores de todas as situações em que nos envolvemos e, portanto, co-responsáveis também. Assim, fica superada a idéia de que somos vítimas de alguém ou de alguma situação.
Outro aspecto importante é desenvolver um olhar de empatia e compaixão, no qual é possível perceber os sentimentos, as dores e as dificuldades que moveram o comportamento da outra pessoa, exercitando a habilidade de compreender o outro.
Já o auto-perdão encontra barreiras na auto-crítica elevada, na rigidez, no perfeccionismo e na falta de coragem para enfrentar a situação pela qual se condena. É necessário que aquele que carrega culpa entenda que ela deve ser transformada em responsabilidade, evitando a inércia e o martírio, abrindo espaço para a reparação do erro cometido ou mesmo para um novo entendimento do fato.
O ser humano, às vezes, age de forma dura e implacável consigo e com o outro e a compreensão de que somos todos aprendizes do viver, de que os erros e os acertos compõem a estrada do crescimento, gera mais tolerância e favorece a prática do perdão.
Pode-se dizer que o perdão é libertador, que alivia a consciência, traz alegria, movimenta energias positivas, restaura a auto-estima e é capaz de livrar o Ser da depressão. Que possamos nos olhar com mais carinho e respeito, estando dispostos a perdoar e a recomeçar sempre que preciso, com a cabeça erguida e a certeza de que a felicidade é fruto de uma consciência limpa e em paz.

A seguir você encontra a letra e a música de Maurício Duboc, inspirada no Ho'oponopono, técnica de auto-cura desenvolvida pelo psicólogo havaiano Dr. Ihaleakala Hew Len, que tem como base o perdão.


Se acolho o que meu ego vê
Ou se vejo algum mal em você
Sinto muito... me perdoe
Te amo... Sou grato...
Se endosso o que não é real
Se acredito que existe o mal
Sinto muito... me perdoe,
Te amo... sou grato...
Se esqueço que sou Infinito
Se dou crédito a qualquer delito
Sinto muito... me perdoe,
Te amo... sou grato...
Se a mente que mente é do ego
Se o medo ainda me deixa cego
Sinto muito... me perdoe
Te amo... sou grato...
Se esqueço de que somos Um
Não percebo o que nos é comum
Sinto muito... me perdoe,
Te amo, sou grato...
Se em seus olhos não consigo me ver
Se ainda creio que preciso sofrer
Sinto muito... me perdoe,
Te amo... sou grato...Te amo...  
(Maurício Duboc)

Atividade física no combate à Depressão

O tratamento da Depressão, para que possa trazer bons resultados, além de contar com recursos das áreas médica e psicológica, requer sempre o empenho, ou seja, o comprometimento do deprimido com a sua melhora. Entre as atribuições do paciente no processo de recuperação está a prática de atividades físicas.


Conhecimentos no campo da fisiologia, da psicanálise e da bioenergética permitem afirmar que são muitos os benefícios que a atividade física pode trazer ao tratamento do Transtorno Depressivo:

LIBERA ENDORFINA: Este hormônio é responsável pela sensação de bem-estar.

EXPANDE A RESPIRAÇÃO: Favorece o fluxo da bioenergia e oxigena melhor o cérebro, melhorando o desempenho de suas funções.

CORRIGE A POSTURA CORPORAL: Os exercícios de alongamento e a atividade física em si tendem a melhorar o alinhamento da coluna e levantar a cabeça, modificando o olhar que antes era voltado para baixo e negativamente introspectivo e agora é erguido e passa a perceber o mundo que está em volta e o horizonte, possibilitando a atitude de olhar para frente e mentalizar objetivos a serem alcançados.

MELHORA A SOCIALIZAÇÃO: As atividades realizadas em equipe ou na presença de outras pessoas tendem a tirar o deprimido do isolamento em que comumente se encontra.

AUMENTA A CAPACIDADE CARDIO-RESPIRATÓRIA: A maior resistência física traz a sensação de capacidade e faz diminuir o desânimo, próprio dos quadros depressivos.

COMBATE O ESTRESSE: Estudos revelam que, em muitos casos de depressão, o Cortisol, hormônio ligado ao estresse, encontra-se em níveis elevados.

INTENSIFICA A FORÇA DE VONTADE: O esforço que é feito para se concluir a atividade física trabalha os sentimentos de perseverança, auto-superação e bom ânimo, além de refletir positivamente na auto-estima.

DESPERTA O ESPÍRITO DE LUTA: A agressividade positiva, necessária para se manter na vida, é estimulada por muitos esportes, construindo uma atitude firme e determinada, trabalhando também a concentração e a objetividade.

REVITALIZA O CORPO E A MENTE: Exercícios que envolvem o ato de pular fazem fluir a bioenergia, provocando um estado de excitação capaz de combater a sensação de desânimo, presente nos quadros depressivos.

EXTERNALIZA A RAIVA: Uma das maiores causas psicológicas da depressão é dificuldade em lidar com a raiva. Ela pode ser reprimida, levando à dessensibilização do corpo e da mente, ou ser direcionada contra a própria pessoa em situações de culpa, favorecendo o surgimento deste transtorno. Atividades que envolvem luta corporal, chutes, raquetadas e outras que exigem agressividade, atitude e energia podem contribuir para a externalização da raiva, aliviando a angústia existente.

É bom ressaltar que as atividades físicas constituem um importante apoio no tratamento da depressão, não substituindo os recursos médicos, psicoterápicos e a imprescindível mudança de postura do deprimido diante da vida.

Auto-ajuda no tratamento da Depressão

A alteração do campo mental do deprimido em direção à saúde pode ser favorecida por medicamentos e psicoterapias. No entanto, há um importante elemento no processo de recuperação que depende exclusivamente do doente: seu esforço pessoal, ou seja, sua atitude em busca da própria melhora.
Inúmeros são os recursos disponíveis para a auto-ajuda, mas é preciso vencer o desânimo e os pensamentos negativos, num exercício constante de auto-superação e disciplina, para que se consiga complementar a ação de médicos e psicólogos.


- Cuidar da aparência
(ajuda a preservar a auto-estima)

- Manter ambientes iluminados, arejados e limpos
(melhora a energia do ambiente e das pessoas que nele se encontram)

- Evitar drogas lícitas e ilícitas
(evita a depressão por ação química)

- Expressão da raiva
(a raiva contida pode se voltar contra a pessoa na forma de depressão. Deve ser manifestada em conversas, em exercícios de expressão, extravasada nos esportes ou direcionada para a auto-superação)

- Religião
(alimenta a fé e a esperança, melhora a postura diante da vida e estimula a humildade e a caridade)

- Trabalho voluntário
(doar-se é um ótimo caminho para melhorar a auto-estima)

- Atividade física
(evita o estresse, traz sensação de prazer, trabalha a força de vontade e a agressividade positiva, além de estimular o fluxo energético no corpo e na mente)

- Exercício de respiração e relaxamento
(equilibra o fluxo energético)

- Alimentação saudável
(a medicina ortomolecular aponta a falta de alguns aminoácidos e vitaminas do complexo B, que são usados na síntese de neurotransmissores, como uma das causas da depressão)

- Boas leituras
(mantém a mente sintonizada com idéias positivas)

- Contato com a natureza
(equilibra o fluxo energético)

- Exercício de alongamento
(corrige postura corporal, levanta o olhar e trabalha a flexibilidade)

- Sorrir
(traz sensação de prazer pela liberação da endorfina)

- Cultivar o pensamento positivo
(evita o desânimo e a inércia e provoca efeitos positivos na mente e no corpo)

- Cuidar do fator desencadeador
(enfrentar os problemas que desencadearam o quadro depressivo)

Atitudes libertadoras


Desde a infância, através de experiências afetivas e cognitivas, a criança vai construindo conceitos sobre si, a vida, o mundo e as relações sociais. Essas informações captadas num momento de descoberta e formação da própria identidade são tomadas pela criança como verdades que muitas vezes a acompanharão por toda a vida. A personalidade vai, então, sendo estruturada e padrões de comportamentos vão sendo estabelecidos. Todo este processo determina a postura que a pessoa adotará diante da vida, incluindo a forma de se relacionar e de reagir às dificuldades encontradas.
Ocorre que experiências negativas vividas na infância podem gerar conceitos distorcidos, provocando conflitos de auto-estima, dificuldades no relacionamento interpessoal e desesperança em relação ao futuro, favorecendo a formação de quadros depressivos.
Já se sabe que pensamentos e emoções são capazes de alterar a atividade celular de forma positiva ou negativa, levando à saúde ou à doença, respectivamente, deixando clara a participação do deprimido na construção de seu quadro, assim como na superação do mesmo.
Gasta-se tempo e dinheiro tentando tratar a depressão de forma passiva, como se o paciente fosse um simples hospedeiro da doença, vítima da vida e não o causador de sua enfermidade. Isso pode ser constatado pelo alto índice de recorrência da doença, observado apesar dos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos.
É necessário que a pessoa com depressão compreenda que é responsável pela própria felicidade e que a forma como tem entendido a vida e reagido a ela tem gerado sua angústia, seu desânimo e sua tristeza. O Transtorno Depressivo é antes de tudo um convite a mudanças internas, isto é, a alterações na postura diante da vida.
A ligação existente entre a depressão e a forma de ver e sentir a vida fica ainda mais evidente quando se observa os quatro fatores causais encontrados com maior freqüência na base dos quadros depressivos de origem psicológica:

RAIVA
Origens: intolerância às frustrações.
Comportamentos: mágoa; ressentimento; vitimismo; revolta contra as circunstâncias da vida; culpa; ...
Atitudes Libertadoras: tolerância; perdão; auto-perdão; assumir a responsabilidade pela própria vida; manifestação da raiva através da fala, do esporte ou de exercícios de expressão; colocar-se no lugar do outro, resignação.

CULPA
Origens: atitudes infelizes que geram arrependimento; educação com rigidez, críticas ou elevada expectativa dos pais; conflitos gerados por conceitos religiosos.
Comportamentos: intolerância; perfeccionismo; rigidez; alto nível de exigência consigo e com os outros; auto-punição; moralismo; auto-compaixão; baixa auto-estima; ...
Atitudes Libertadoras: auto-perdão; revisão de conceitos aprendidos; reparação; compreensão da própria condição de aprendiz; tolerância; flexibilidade; auto-aceitação.

SENTIMENTO DE PERDA
Origens: perda de objetos, pessoas ou situações que sustentavam a auto-estima; perda da autonomia, da identidade, do sentido existencial ou de afeto; ...
Comportamentos: raiva; sensação de desamparo e incapacidade; sentimento de rejeição; vazio existencial; ...
Atitudes Libertadoras: adaptação; desenvolvimento da autonomia; autoconfiança; resignação.

COGNIÇÕES NEGATIVAS
Origens: construção de conceitos negativos sobre si, o mundo e o futuro a partir das experiências vividas na infância.
Comportamentos: pessimismo; desesperança; sentimento de desamparo; baixa auto-estima (sentimentos de inadequação, rejeição, incapacidade de dar e receber amor, incompetência, auto-desvalorização); ...
Atitudes Libertadoras: revisão de conceitos aprendidos; busca de novas referências; pensamento positivo; auto-aceitação; auto-perdão; perdão; doar-se.

Torna-se imprescindível associar a reforma íntima aos tratamentos médicos e psicológicos. É necessário rever conceitos, atitudes, valores, sentimentos e pensamentos para que se reduzam os riscos de retorno ao quadro.